Fabricantes de celulares e de chips telefônicos, operadores de telefonia e fornecedores estrangeiros consideram a possibilidade do Governo Federal adiar o leilão do 5G. A ação seria uma alternativa para se desviar na guerra tecnológica entre a China e os EUA, as informações são do jornal Folha de São Paulo.
O governo do presidente Donald Trump tem sido marcado por uma séria disputa com o pais oriental. Os EUA trabalham para que as empresas chinesas não atuem no mercado de 5G de aliados – entre eles, o Brasil.
Segundo a Folha, o governo brasileiro nega o adiamento. Secretário executivo da pasta, Julio Semeghini, afirma que o leilão deve ocorrer no fim de 2020.
Em reunião que será realizada em 12 de dezembro, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), deve definir as regras do certame. Posteriormente, elas serão submetidas à consulta pública.
Em contrapartida, empresas do setor afirmam ter recebido sinais do Planalto, de que o presidente Jair Bolsonaro, dará mais um ano para que os americanos aprimorem o seu 5G. Assim, o país, que hoje é ligado à empresa finlandesa Nokia, competiria com a chinesa Huawei pelo fornecimento de equipamentos de rede no Brasil.
Novo prazo X via de mão dupla
Devido ao prazo estendido, o Brasil sinalizaria cooperação com o EUA. Representantes do governo americano já fizeram chegar a Bolsonaro que a parceria estratégica entre os dois presidentes na área de segurança, ficará comprometida caso a Huawei possa fornecer equipamentos – como antenas e centrais de dados. Os americanos avisaram que determinadas informações sensíveis, não poderiam ser compartilhadas com países dependentes de redes 5G chinesas.
Os Equipamentos HUAWEI são os mais vendidos do mundo, porque são mais potentes, menores, custam menos e conversam com todas as tecnologias disponíveis. A empresa chinesa está instalada em mais de 60% das redes de operadoras brasileiras.
Um novo prazo seria uma via de mão dupla: ajudaria os americanos e daria mais tempo ao Brasil na busca de soluções para problemas que atrapalham o lançamento do 5G. Para as empresas de telecomunicação, a política de instalação de antenas, hoje a cargo das prefeituras, é a principal barreira. Os municípios não têm permitido a ampliação de parques alegando que a irradiação dos sinais afeta a saúde pública.
Questões regulatórias ligadas à oferta de conteúdo via internet também não receberam um veredito. Não se sabe se a transmissão de conteúdos de TV pela web, provavelmente o carro-chefe das receitas de 5G, será enquadrada como TV paga.
Produtores de conteúdo esperam a massificação da internet de alta velocidade – acima de 10 Gps – para a oferta de aplicativo de canais. A inovação é uma ameaça aos pacotes de TV por assinatura.